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ÁGUA
No final da década de 1960, os municípios de Joaçaba e Herval d’Oeste não dispunham de um sistema público de abastecimento de água. A população abastecia as residências, comércio, indústria, através de fontes ou poços escavados em sua grande maioria no próprio terreno. O crescimento populacional dos dois municípios e o avanço na agricultura e industrialização regional, aliados ao aumento dos níveis de poluição, tornaram estes meios de captação precários e ineficientes e a continuidade do seu uso poderia comprometer a saúde pública.
A solução seria disponibilizar infraestrutura que pudesse oferecer os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário à população. O poder público municipal buscou alternativas para viabilizar o atendimento da demanda, tendo como meta melhorar a qualidade de vida da população dessas cidades. A topografia similar dos dois municípios, que estão separados apenas pelo Rio do Peixe, tornou o sistema integrado a solução técnica e econômica mais viável para o empreendimento na época.
No dia 02 de fevereiro de 1968, o prefeito do município de Herval d’Oeste, Sr. Alcides Felipe Saraiva sancionou a Lei n° 342 e no dia 02 de março de 1968, o prefeito do município de Joaçaba, Sr. Udilo Antônio Coppi sancionou a Lei n° 520. Através destas leis ficava autorizada a implantação de uma Autarquia Intermunicipal, denominada Serviço Intermunicipal de Água e Esgoto (Simae).
Surge, então, a parceria entre os municípios de Joaçaba e Herval d´Oeste com a Fundação de Serviços de Saúde Pública (FSESP), entidade pioneira em saneamento no Brasil e que estava vinculada ao Ministério da Saúde. Posteriormente, a FSESP passou a ser denominada Fundação Nacional da Saúde (Funasa).
Para fazer a gestão da autarquia, os prefeitos firmaram um convênio, através da Lei Municipal 534/68, ratificada pelas Leis 532/68 de Joaçaba e 356/68 de Herval d’Oeste com a FSESP, para o exercício total e irrestrito de todas as ações técnicas e administrativas necessárias à operação, manutenção e ampliação dos sistemas de água e esgoto.
Os projetos e trabalhos de construção do sistema de captação de água bruta, do sistema de recalque de água bruta, do sistema de tratamento de água tiveram início no ano de 1968.
A inauguração oficial do sistema de abastecimento de água ocorreu em 13 de fevereiro de 1971. No dia 27 de novembro de 2000, com a emancipação do município de Luzerna, distrito de Joaçaba, o prefeito municipal Sr. Norival Fiorin, sancionou a Lei n.º 250 integrando os serviços de água e esgoto do município ao Simae.
Em 1997, a Funasa designou através de Portaria um servidor efetivo do Simae na função de Diretor Presidente e a Funasa permaneceu atuando com apoio técnico na operação, manutenção e a ampliação do sistema de abastecimento de água destes três municípios (Joaçaba, Herval d’Oeste e Luzerna), até o ano 2002.
O Simae atua na captação, tratamento, reservação, distribuição e controle da qualidade da água de acordo com os parâmetros legais vigentes, ampliação e manutenção do sistema existente. Na área urbana dos municípios de Joaçaba, Herval d’Oeste e Luzerna, a água é captada do Rio do Peixe e atende 20 comunidades rurais, sendo 10 abastecidas diretamente pela ETA: Linha Duas Casas, Linha Ferreirinha, Santa Clara Baixa, Santa Clara Alta, Linha Pinheirinho, Linha Bonita, Linha Gaúcho, Linha Santa Terezinha, Linha Leãozinho e Linha Nogueira. Nas comunidades de Nova Petrópolis, Distrito Industrial, Linha Bonitinho e Santa Helena, em Joaçaba, Linha Barreiros, Serra Alta, Sede Belém e Perpétuo Socorro, em Herval d’Oeste, Vila Kennedy e Linha Limeira em Luzerna, a água é oriunda de mananciais subterrâneos.
ESGOTAMENTO SANITÁRIO
A história do esgotamento sanitário remonta ao final do século XIX, com o desenvolvimento dos centros urbanos, pela necessidade de lidar com os resíduos humanos e evitar doenças. Diversos sistemas e tecnologias foram desenvolvidas para tratar os esgotos.
O primeiro projeto para esgotamento sanitário de Joaçaba e Herval d’Oeste foi elaborado em 1949 pelo Escritório Saturnino de Brito, quando formavam um único município, composto por dois núcleos: Herval d’Oeste na margem esquerda e Cruzeiro (Joaçaba) na margem direita do Rio do Peixe. Naquela época o governador do Estado de Santa Catarina era o Dr. José Boabaid e o prefeito do município, Sr. Oscar Rodrigues da Nova. Tal projeto permaneceu apenas no papel, nunca sendo implantado.
O projeto de esgotamento sanitário para atende a população de Joaçaba e Herval d’Oeste foi reformulado e a obra iniciada somente em 22 de abril de 1981. Entre os anos de 1981 e 1986, foi implantada a rede coletora na área baixa central dos municípios de Joaçaba e Herval d’ Oeste numa extensão de 6.965 metros, sendo a implantação classificada como difícil, devido à presença de formação rochosa no solo da região e da necessidade de aprofundar a vala para implantação da tubulação em até seis metros, para que fosse viável tecnicamente.
Entre os anos de 1987 e 1989, foram alocados recursos para a aquisição de materiais e equipamentos hidráulicos e elétricos e construídas as elevatórias de esgoto em Joaçaba, na Avenida XV de Novembro (EEJ 002) e em Herval d’Oeste na Avenida Beira Rio (EEH 004). Também foram adquiridos 952 metros lineares de tubos de concreto diâmetro 600 mm para a construção de interceptor (junto ao Rio do Peixe) e 1900 metros lineares de tubos de ferro fundido diâmetro 300 mm para implantação da linha de recalque entre a elevatória da Beira Rio e a Estação de Tratamento de Esgoto em Herval d’Oeste.
A construção da ETE Herval d´Oeste teve início em 1989, através da das leis n° 1497 e 1063 de Joaçaba e Herval d’Oeste, respectivamente, que permitiu a aquisição de um imóvel rural da empresa Cibrazem em Herval d'Oeste. O município de Joaçaba investiu o montante de 60% do valor e o município de Herval d’Oeste outros 40%. A tecnologia escolhida para a estação de tratamento foi o sistema de lagoas de estabilização.
Em janeiro de 1990, em esforço conjunto entre a Funasa, os prefeitos municipais de Joaçaba e Herval d’Oeste e o Simae foram iniciadas e concluídas as obras para a construção da ETE de Herval d’Oeste (uma lagoa anaeróbia, uma lagoa facultativa e uma lagoa de maturação). A inauguração ocorreu em 27 de setembro de 1991, com capacidade para atender uma população de até 64.000 habitantes. A ETE encontrava-se inserida em uma Zona de Preservação Limitada do município de Herval d’Oeste, com seu entorno envolto por uma Zona Industrial, de modo a evitar possíveis impactos de vizinhança associados à atividade, conforme Lei Municipal nº 1.259/1991 de zoneamento de uso e ocupação do solo no município de Herval d’Oeste.
O sistema de esgotamento sanitário do município de Luzerna foi projetado no ano de 1980 e previa atender uma população de até 6.460 habitantes. A concepção original foi constituída por rede coletora do tipo separador absoluto com extensão de 13.815 metros, quatro elevatórias de esgoto e uma estação de tratamento à base de lagoas de estabilização facultativas, além de um emissário para lançamento no Rio do Peixe. Este projeto não foi implantado devido a área prevista para instalação da ETE ter sido ocupada por outra instituição.
A Estação de Tratamento de Esgoto de Luzerna foi construída posteriormente, com um sistema diferenciado de Herval d’Oeste. O sistema de tratamento de esgoto utilizado em Luzerna é anaeróbio-aeróbio do tipo reator UASB seguido de biofiltros aerados submersos. A ETE foi implantada em uma área de 18.000 m² adquirida com recursos da Prefeitura do Município de Luzerna. O projeto do sistema de tratamento foi elaborado com recursos do programa PROSAB Transferência de Tecnologia (FINEP/FUNASA/CAIXA). O recalque do esgoto coletado em Luzerna e destinado à ETE exigiu a implantação de três elevatórias de esgoto na Rua Júlio Wassemberg (EEL 002) e na Rua da Represa (EEL 003 e EEL 005). Os projetos básico e executivo foram financiados pela FINEP com recursos da Caixa Econômica Federal e a obra foi financiada em parceria entre Prefeitura Municipal de Luzerna e Funasa. A inauguração do sistema de esgotamento sanitário de Luzerna foi em 2005.
A ampliação do sistema de esgotamento sanitário nos três municípios atendidos pelo Simae, demandou a instalação de diversas elevatórias, possibilitando, assim, a chegada do efluente às Estações de Tratamento de Esgoto.